sábado, 22 de outubro de 2011

- immer

Nunca sei como começar. Nunca sei seleccionar as palavras que hei-de utilizar talvez porque me vêm tantas à cabeça que nem sou capaz de escolher as mais indicadas. Parecem todas básicas, usais, e incapazes de caracterizar o que quer que vá nesta cabeça desorientada.
Contudo, por vezes sinto uma vontade incrível de escrever. E escrevo, escrevo e escrevo. Quando termino, releio tudo o que escrevi, mas todo aquele conjunto de letras associadas umas às outras e separadas por pequenos espaços e sinais de pontuação, dão-me a sensação de que tudo o que escrevi não vale absolutamente nada. Ninguém lê, ninguém se interessa por o que possa estar lá escrito, até que eu chego à conclusão que o melhor a fazer é arrancar a página, amaçá-la e deitá-la ao lixo. Mais uma página repleta de emoções que tentei arrancar da minha vida. É certo que já perdi a conta das páginas que escrevi e deitei fora; é certo que penso que desabafar e de seguida desfazer o que escrevi, é uma boa solução para esquecer. Ou não.
Olho-me ao espelho todas as manhãs ao acordar, e sorrio com confiança. Saio de casa cheia de energia  e vontade de estar com as pessoas que me são mais queridas, e viver mais um outro dia. Passo o dia inteiro a rir às gargalhadas e a animar quem está mais em baixo. Adoro ver um sorriso puro e ouvir um “obrigada”. Isso preenche-me e faz-me esquecer as minhas infelicidades, até ao momento em que chega a hora de ir dormir. Apesar de completamente exausta, todas as noites tenho de ir ver-te. Quando não tenho oportunidade de ir ver a tua fotografia bem guardada numa pasta do telemóvel, o meu cérebro encarrega-se de me fazer ver-te. Como? Através do sonho. Os sonhos são sempre distintos todos os dias, mas todos acabam da mesma forma. Quando dou por mim, quero parar de sonhar, e acordar para a realidade, mas o problema reside no facto do meu coração não me permitir ver a dura realidade. Aí instala-se a constante luta entre a racionalidade e os sentimentos. Lutam, lutam e lutam. Desafiam-se, tentam vencer-se, cada um puxando para o seu lado: ESQUECER - TENTAR. Não sou capaz de me impor e manter a ordem entre estes dois lutadores, pois são ambos implacáveis e demasiado orgulhosos para dar o braço a torcer. Controlo as lágrimas que se estão a formar, respiro fundo, e o cansaço permite-me cair num sono profundo que me torna incapaz de sonhar.
Porém, no dia seguinte o que aconteceu na noite passada continua a amarelar-me o sorriso. E porquê? Primeiro porque o meu sorriso não é um sorriso puro, completamente natural e instantâneo, mas sim um sorriso forçado com a finalidade de tentar convencer-me a mim mesma que está tudo bem; segundo porque só tu é que consegues fazer sorrir o meu coração, de modo a este transmitir isso ao meu olhar e aos meus lábios. Não consigo sorrir genuinamente, com aquela luminosidade nos olhos e com aquele brilho que só tu tens o poder de provocar em mim.
(…)

Amanhã vou voltar a acordar, a ver-me ao espelho e a sorrir. No dia seguinte, igual. (…) E assim sucessivamente até chegares até mim, me olhares com aquele jeito que fala por si, e todo o meu brilho regressar e se unir ao teu.

domingo, 21 de agosto de 2011

- future

 
Comecei a escrever: 
Quero trancar a porta e fechar bem as janelas; quero sentir o chão frio e desconfortável; quero agarrar o meu cabelo, despenteá-lo, e puxá-lo até sentir os finos fios de cabelo eliados nos meus dedos e vê-los cair aleatoriamente sob as minhas pernas.
Não quero travar as lágrimas nem controlar o sufoco em que está o meu coração, pois já foram demasiados meses de lágrimas engolidas e de fingir que está tudo bem.
Tanto tempo a fazer-me de forte e a acreditar que tudo iria acabar tal como eu sonhara. Mas não. Mais uma vez, a vida foi injusta e tirou-me a pessoa que me tocou bem no fundo do coração, como ninguém alguma vez o fez.
Sinto necessidade de repetir todas as conversas e todos os momentos, preciso de o ver sorrir para mim, preciso de sentir novamente o cheiro da sua roupa e da sua pele, a textura das suas mãos e o calor dos seus lábios. Preciso dela e do seu coração de manteiga que um dia irá sentir saudades de bater perto do meu.”
Contudo, e tal como disse Bob Marley: “Difícil não é lutar por aquilo que se quer, é sim desistir daquilo que mais se ama. Eu desisti. Mas não penses que foi por não ter coragem de lutar, foi por não ter mais condições para sofrer.”, chegou a hora de parar com as lamentações e com toda esta dor. Está na hora de limpar as lágrimas, respirar fundo, erguer o rosto e sorrir.
Cheia de confiança e coragem, vou conquistar certezas e coleccionar cores para pintar a tela do meu futuro.
Será constituída por tonalidades repletas de vivacidade. Porém, terá também uma pequenina mancha em tons mais negros. Essa mancha és tu e a marca que me deixaste para sempre, mas, com o passar do tempo, irá ficar cada vez mais clara e mais bonita, tal como a nossa amizade!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

- desabafo

As coisas estavam estranhas. A tua maneira de falar, o modo como me olhaste, a delicadeza com que me tocaste, deram-me a sensação de que algo se passava.
Acordei sobressaltada depois de uma rápida revisão dos nossos melhores momentos durante o sono. Estava estranha.. Mal abri os olhos, peguei no telemóvel, na esperança de ter uma chamada não-atendida tua ou uma mensagem, mas nada.
“O que é que se passa?”, questionava-me durante o almoço inteiro.
Entretanto, e apenas através da leitura de um texto, percebi que chegou o dia que eu mais temia.
Caiu-me tudo e tudo caiu em mim. O meu mundo ruiu, os meus sonhos desapareceram e o sentimento de mágoa construiu um implacável império dentro de mim.
(..)
Depois de 3 horas desamparada no chão a questionar o porquê de tudo isto, passaram-me milhentas imagens e palavras pela cabeça. Vinham e iam rapidamente, como se fossem vários flashes. Não tinha forças para me mexer, os meus olhos já não conseguiam largar nem mais uma lágrima, e não consigo pensar em reagir.
Sei perfeitamente que a única coisa a fazer é suportar esta situação e seguir em frente. Contudo, como é possível seguir em frente com a minha vida se ela durante os últimos meses eras TU?
Questiono-me também como é que depois de uma história como a nossa, tudo pode acabar assim. Já não é a primeira nem a segunda vez, mas sim a terceira. E acredito que esta seja mesmo a última. :’
No entanto, e por incrível que pareça, cada fim e cada regresso só me deram mais certezas de como a nossa “relação” era autêntica e especial para ambos.
(..)
Não consigo controlar a mágoa, a revolta e a dor de te perder outra vez, porque ao contrário das outras vezes, hoje as minhas mãos estão trémulas e os meus olhos a fracassar; os meus dedos já não têm força para pegar na caneta e o meu coração está a bater a um ritmo inconstante.
Como sabes, odeio recordações portanto já cortei a pulseira mais bonita e perfeita que alguma vez tive e, juntamente com as duas cartas do campos, guardei tudo lá bem no fundo da gaveta. Também já apaguei todas as fotos, todas as frases, todos os textos, todas as letras de músicas.. TODAS AS RECORDAÇÕES QUE ME LIGAM A TI.
Só me falta fazer uma coisa: apagar-te da minha cabeça e tratar da ferida que o teu “J” me deixou no coração.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

- begin

Estávamos em finais de Julho de 2010 quando tudo começou. Era uma semana diferente, com uma dinâmica completamente nova para mim.
Basicamente, foram 7 dias longe de tudo, a redescobrir o meu mundo e novas sensações; a conhecer e a conviver com novas pessoas, a fazer novas amizades..
Conheci pessoas fantásticas que revolucionaram completamente a minha vida neste último ano.
Sim, tu, e especialmente tu, entraste na minha vida sem nenhum motivo ou justificação, começamos a falar por uma coisa banal, começamo-nos a conhecer mutuamente, começamos a partilhar experiências e confidências, começamos a tornar as nossas conversas numa rotina, e, cada um à sua maneira, começamos a tocar no coração e nos sentimentos um do outro. E assim foi durante exactamente um ano.
É certo que houveram várias fases: umas em que andávamos mais próximos, e outras que mal falávamos. Mas, em Março, só quando senti na pele o que era perder-te, dei por mim a sentir algo que nunca esperei. Comecei a perceber que não eras um simples amigo nem mais um rapaz. Eras (e és) muito mais do que isso.
Já foste o meu céu e o meu mar; já me levaste a tocar nas nuvens e a sentir a água gélida do fundo do poço; já foste o meu tudo e o meu nada; já foste a única pessoa que me fazia sorrir e a pessoa que mais me fez chorar e sofrer. Já fomos tanta coisa.. Já passaram tantos momentos, tantas oportunidades, tantos desabafos, tanta sinceridade, tanta confiança, tantos abraços, tantas palavras sentidas, tantas letras de músicas, tantas frases bonitas, tantas recordações.. Foi um ano vivido tão intensamente! Um ano que me fez crescer e perceber o que é realmente amar alguém.
Acima da atracção, dos beijos, dos mimos, e de tudo isso, quando há amor há amizade, e quando há amizade há muita confiança, muita sinceridade e muita cumplicidade; há momentos altos que nos fazem ir à lua, e momentos em que só pensamos no verbo “desistir”. Já tive tudo isso, mas continuo a acreditar num final feliz, porque há pessoas que apesar de todos os obstáculos e de todos os impossíveis, nos marcam para sempre. E tu és, sem dúvida, para sempre.
AMO-TE e tu sabes disso melhor do que ninguém. <3